quarta-feira, 14 de março de 2012

Tema do filme TUDO QUE DEUS CRIOU Dir. André da Costa

CASOS NOTURNOS

A carne apodrece quando a noite vem
da fumaça a levar um olhar
além da vida e do passado
Morto, enterrado na cama suja
Vou rasgar os lençóis e queimar
minhas roupas
tão manchadas pelo carvão dos meus ossos
eu sou a luz
que se apaga no fim da madrugada.

Quero ser a pobre criatura que amarás um dia
tendo a lama da rua como espelho
serás narciso, sem nunca ter tido
os olhos vermelhos
do eterno sono, do abandono
dos sonhos meus.

O hálito do teu cigarro não me merece,
mas eu gosto.
Eu gozo nas cinzas da tua saliva.
Eu jorro da fonte da tua carne viva.
Da tua carne viva

Qua a vida se repita
que a vida se repita
Qua a vida se repita
que a vida se repita

Chegas sempre pra mim ao parir do sol
pra desatar os nós,
pra me mostrar o que é o amor.
Pra me inundar com o teu amor
Pra dividir amor e dor
amor e dor.

Novos versos

Novos versos
A beleza já não nos cabe
Sequer sabe que dela somos maiores,
Que somos melhores
Que fomos estranhos
Como o dia à escuridão
Antes que houvesse chão e som
Já se ouvia nossos passos ecoarem no impossível,
Pedindo o “impedível”,
Arrastando os pés, calçando o amor,
A pele já não abriga a minha alma
Nem toda sede traduz meu calor
Que seja eu da tua mão a palma
Que nela esteja a minha calma e o teu amor
A solidão já não te sonda
Não mais esconda de mim teus ideais
Quero ser teu azul do céu, do teu mar: a onda
E dos teus olhos não sair jamais.


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O amor vive de encanto, fantasia do real
Nasce num instante,
carrega em si o fardo de eternamente sê-lo
Elo de amantes
Com o feliz tédio daquilo que é imortal
Amo como o velho exausto que não quer descanso
Mas o trabalho de viver mil anos
Incessantemente.
Milagrosamente.
Amo como um animal à própria sobrevivência
Sem ter que pensar,
Cravando ora as unhas ora os dentes
Em tudo que a si é natural,
Instintivamente.
E às vezes apenas amo,
Sem mentes
Amor somente.

domingo, 25 de setembro de 2011

5 meses depois...




Este foi o tempo que levou pra ficar tudo pronto.
A expectativa foi muito grande. Do público, nossa, dos amigos, da família..mas chegou a hora!
Aquela energia que vivenciamos a cada show está retratada em um CD. Saiu como deu, como tinha de ser, no tempo que levou, na hora certa.
Particularmente, é um CD que muito me orgulha por ser fruto de quase 2 anos da banda Val Donato e Os Cabeças com a formação: Nido Fernandes, Toni Ramalho, Daniel Pina e eu.
Uma banda que se formou de uma forma muito natural, a vida atraiu-nos para o mesmo caminho pois tínhamos que fazer isso. É relativamente pouco tempo, eu sei, mas quando observo a quantidade de pessoas que se uniram ou separaram, que se conheceram, que compartilham as lembranças de noites inesquecíveis
e das amizades que este pequena estrada formou, aí entendo a importância deste CD.
E dele virá o nosso primeiro CD com nossas composições, aí então teremos a nossa cara mais verdadeira traduzida em música.

SEXTA 30/09
LOCAL: BRONX BAR/CG
INGRESSOS: 7 REAIS


Quero convidar a todos para compartilhar este momento de muita alegria com a gente...pois independente do que role de segunda a sexta, sábado você sempre pode gritar IT´S ROCK N´ROLLING, BABY!!!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Lançamento - Café Amargo





Café Amargo - Val Donato

E quanto mais o tempo passa
vejo que já não tem graça
essa história de você longe de mim
Eu viro a noite, passo o dia, conto as horas
chego no final do filme sem saber
que tempo faz.
Eu vejo o preço do tomate no mercado
vejo que o casal do lado já tá meio assim
meio cansado, preocupado
e o que será daqui pra frente?

Esquente a água pro café amargo
Esquente a água pro café amargo

E vem a noite contra o sono que eu não tenho
a saudade me roendo e castigando a parte minha
que é só você, que é só teu osso cutucando meu pescoço
tua risada é o que me faz querer estar
o tempo todo, tudo perto
mesmo quando não é certo
Eu te desperto e me esfrego em teu rosto
Já tá chegando agosto e você não vem
mas já tá chegando agosto e você não vem

Esquentar a água pro café amargo
Esquentar a água pro café amargo

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Faca Amolada - Val Donato

A faca amolada do desejo cego
me sangra a alma
e dilacera o ego
Nas mãos, nos olhos, a garantia
de que sempre sentiria
a faca amolada do desejo ferir

E quantos sonhos consigo segurar nas mãos?
Quantos olhares passeiam no meu corpo exposto?
Quantos querem saber meu gosto?
Há tempos não percebo minha sombra
desenhar no chão
Os traços deste amor
que é faca amolada e fere
que é faca amolada e fere